Deflorada

Bem-me-quer-mal-me-quer

Cada pétala arrancada

Extrai-se um pedaço de inocência

Outra de ingenuidade

E num instante de carência

Aceita-se a promiscuidade

Brinca de verdade de papai e mamãe

A menina que já é uma mulher.

Bem-me-quer-mal-me-quer

Brinca de casinha com “seu zé”

Fazendo comidinha: cuscuz com queijo ralado

Café, beiju e Mané pelado

A mulher que ainda é uma menina.

Bem-me-quer-mal-me-quer

Não tem mais o que tirar

Cessou a corola, a melhor parte

Ainda no tempo da aurora

Antes de desabrochar

Murcha e estrangulada

Resta a calçada

Qual o preço?