Povo Embretado

De cá pra lá

De lá pra cá

Como gado ao sacrifício

Num coletivo entulhados

Trabalhadores cansados

Exalam o odor do ofício

Doentes de corpo e alma

Entre preces, dores e espera

Desfiando seus rosários

Desistem da quase vida

Em morredores precários

Crianças, precocemente

Perdem a sua inocência

Violados seus direitos

Sem pudor e sem respeito

São jogadas à própria sorte

Numa escola indecente

Que transpira violência

E desensina a ser gente

O crime rolando solto

Nas ruas e na cadeia

Cidadão pagando impostos

Do feijão de cada dia

Pois bandido é prioridade

E quem vive com decência

Tem de bancar a estadia

Enquanto isso os políticos

Com sarcasmo e hipocrisia

Mergulhados na sujeira

Brincam com a democracia

E o povo embretado

Na busca de ser feliz

Ignora qual futuro

É o pior pro seu país

Rosamaria Gurniak
Enviado por Rosamaria Gurniak em 19/10/2018
Reeditado em 17/02/2022
Código do texto: T6480882
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