Dia Do Trabalhador.
No dia do trabalhador,
Vamos trabalhar,
A dor,
Dos que sem trabalho,
Sem renda fixa,
Sobrevivem o dia à dia,
De um país opressor,
Quem labuta,
Cedo madruga,
Final do mês,
Tem o rendimento negativado,
Tem pouco sal na mesa,
Cadê o salarium?
Antes tripalium,
A açoitar,
Agora trabalho,
Sem ganho substancial,
Nos forçam ao chão de fábrica,
Nos obrigam a ralé,
Neste balé de classes,
Ora empregatício, ora social,
Labuta escravo,
Trabalha empregado,
Produz colaborador,
São palavras ditas,
Escondidas em mentiras,
Para silenciar a dor,
Quem tem emprego se cala,
Diante o desemprego sem escala,
Hoje és tu,
Amanhã serei eu,
Na fila da sopa e do pão,
A criança chora no chão,
Comemora na Televisão esta data,
Antes marcada por lutas,
Hoje acovardada,
Trabalhador peregrina para o ócio,
A família retirante,
Em ruínas vê chegar,
O helicóptero do rico,
Pousa na fazenda,
O miserável implora seu açoite,
Melhor apanhar,
Do que morrer de fome,
Dou meu suor e sangue,
A troco de pão,
E se quiser enterre meu corpo,
Na lama da mineração,
A culpa desta loucura,
Não é apenas do Barão,
Existe o capitão do mato,
Que mata e prende,
Apenas para defender seu soldo,
Existe juízes que ainda,
Permitem a escravidão servil,
Existe políticos com alta casta,
Mas a nobreza não tem dignidade,
Existe o lacaio tigre da casa grande,
Que carrega o estrume do rico,
Afinal fazendo isso,
Se tem ao menos um chique abrigo,
Dia Do trabalho,
Não se comemora,
Se luta,
Pelo trabalhador desocupado,
Que acovardou-se, perdeu a esperança,
E sonha com a ilusão,
De um novo tipo de ganho,
Investir na bolsa,
Virar patrão,
Vai sonhando trabalhador,
Só me diga quem és tu,
Na fila do pão.
Autor: Denis A. Valério - Ambientalista.