Um homem riscou um fósforo

Um homem riscou um fósforo

Um homem riscou um fósforo

E acendeu o ódio

Era um ódio enterrado

Mas o pavio do ódio apareceu

porque o vento bravio soprou sem parar e o desenterrou

Talvez o tempo seco seja o culpado...

O homem que acendeu o pavio exposto

Não foi o homem que primeiro propagou o ódio

E ele não estava lá quando o ódio foi enterrado

Mas ele, por algum motivo queria encontrar o pavio

Só para poder acendê-lo.

O homem riscou o fósforo e achou bonita a chama vermelha, lhe lembrou a cor de sangue vivo

E o ódio há tanto tempo enterrado

Voltou à vida, ou à morte

Deveriamos agora dar o prêmio nobel do ódio à esse homem?

Porque realmente ele realizou a vontade de muitos

Ele acendeu o pavio da intolerância

E quantos não odiavam em silêncio?

E ele deu fôlego a essa chama adormecida

Que só esperava por esse homem

Para voltar a vida

O fósforo riscado morreu satisfeito

Todos que estavam em silêncio

Agora podem levantar a voz...dizer sem medo

O ódio enterrado está de volta

Devemos agradecer ao homem que o desenterrou?

Ou ao homem que o enterrou?

E tentar outra vez reprimir os que acharão isso tudo um absurdo!

O ser humano não soa tão desumano ?

Paulo Carvalho
Enviado por Paulo Carvalho em 23/09/2019
Reeditado em 24/09/2019
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