CANUDOS ONTEM E SEMPRE

A mais de cem anos atrás

Nesse sertão brasileiro

Nordestinos fazem-se guerreiros

Lutando contra a opressão

Seu líder Antonio conselheiro

Homem de tantos mensageiros

Que via na luta uma saída

Na ajuda do governo só ilusão

Sob o julgo de coronéis

De uma igreja elitista

Podres governos sulistas

Havia só miséria e escravidão

Mas eis que esse santo beato

Que pregava apenas a igualdade

Logo criou na elite ojeriza

Pois era um líder de fato

E guiou o povo humilde

A nossa canudos altaneira

Enfrentou a matadeira

Mas canudos não se rendeu

Enfrentou quatro expedições

Do exercito brasileiro

Em uma guerra fratricida

Onde a única saída era lutar

Matar para não morrer

E era melhor que o sofrer

Da fome e da canga vivida

No tempo da caatinga esquecida

Ungida por um atraso secular

O povo tenta se libertar

Mas o poder determina

Matem homem mulheres e meninas

Esse é o Brasil verdadeiro

Onde o poder é pelo dinheiro

E onde povo não tem lugar

Morre de fome ao relento

Sem lenço e sem documento

Brasil não é mão gentil

Brasil é sogra assassina

E se essa é nossa sina

Vamos novamente lutar

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Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 02/10/2007
Reeditado em 05/02/2013
Código do texto: T677675
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