Precisa-se que chova
Parece que vai chover,
Talvez chova aqui
Mas não chova lá,
Lá, onde realmente
A seca atormenta a gente
E os animais perecem.
Onde a água que corre
Não pode matar a sede
Pois são as lágrimas de quem cede
À falta da vida.
Povo sem pão, sem colheita
Não pode matar a fome.
O que alimenta esse povo,
Que sem o alívio para o corpo
Embriaga-se de indignação?
A culpa de toda essa dor
Está em seus próprios iguais
Semelhantes em matéria
Mas que os vêm como animais,
E pedaços das desigualdades
Das necessidades sociais!