AIDS EXISTENCIAL

A aids tem muitas dores.

A dor de doenças ardendo o corpo.

A dor de perverter valores

e a da exclusão de amores.

A dor social do preconceito morno.

A dor da lenta agonia

de quem já se sente morto

e tem que andar todo dia

sem sentir o chão.

A dor de ser fútil, um peso inútil.

A dor do olhar dos outros

e a da fria silhueta muda

no espelho das virtudes

que não mais reflete a aura.

A dor de ter toda a culpa

-Gênese dessa tal aids mental-

E a dor que vem de Deus

preterida em vieses ateus.

Cada indivíduo carrega uma história.

Qual a saída?

Se coquetel é sinônimo de festa,

o da aids é como uma fresta

para o futuro,

qual um astro sulforoso e falseteado,

aponta ângulos de vento sem rastro,

desnuda essa tal adesão carente de lastro.

A saída é reciclar o sujeito!

As pessoas acumulam dejetos sem uso.

Há que aprender a reciclar lixo sujo!...

Há também um ponto em que a vida se recicla

arrostando-se ao desuso.

jocase
Enviado por jocase em 13/10/2007
Código do texto: T692340