A rua e o sonho

Se as ruas adormecem,

tudo segue estreme,

como outrora fora...

Os sonhos padecem,

já não fazem aurora

e gira o velho leme.

Se as ruas têm cores,

é sinal que o novo

já vem matizado...

Não há esplendores,

tá tudo emprazado,

na cilha e no estrovo.

E não se prenuncia

tão grandes bandeiras.

É o dito popular,

que o antigo aduzia,

que há de se trocar

os cães e as coleiras.

Trocam-se as coleiras,

mantêm-se os cães...

E eterniza a certeza,

de eternas gargalheiras,

corsários e grilhões,

por sua natureza.

Os matizes são marcas,

Não mais que recortes,

carentes de essência...

E se a virtude é parca,

prevalece a recorrência

perpetuam-se os motes.

Messias, 04.07.2021

Mano Messias
Enviado por Mano Messias em 06/07/2021
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