ATÉ O FIM DO MUNDO OU O CAMINHÃO SAIR

ATÉ O FIM DO MUNDO OU O CAMINHÃO SAIR

Todos os dias

Minha mãe chegava na janela

E olhava a rua

Olhava o quintal e os brinquedos espalhados no chão de terra

No quintal tinha um velocípede

Ele era da cor da paz, não da guerra

Naquele tempo eu ainda não sabia

Que os hipopótamos sabiam plantar bananeira

Não saiba que existia o Farol de São Tomé

E ainda não havia assistido "O Demônio das Onze Horas"

Eu só sabia que era obrigado a escrever

O que estava escrito à giz no quadro

E que não existia homenzinhos verdes no planeta marte

"Os hipopótamos sabiam plantar bananeiras"

(Poema "Recital Para a Porta da Cozinha" de Sérgio Salles-Oigers )

"Farol de São Tomé"

( Poema de Fabiano Soares da Silva )

"O Demônio das Onze Horas "

(Filme de Jean-Luc Godard )