Um cão
UM CÃO
Certa vez,
Ia andando,quando vi.
Num canto rosnando,
Um cão rabugento!
Coçando e sacudindo suas pulgas,
Retorcendo-se sob o sol
Que esquentava seus cruciamentos.
Tinha uma aparência moribunda,
O estômago ressequido pela fome
E os pêlos que as chagas consome
Sua estrutura medonha.
Quando mim veio à tona
Um lampejjo de pensamento,
Uma visão ideológica utópica,
Não sei se lógica ou ilógica,
Mim invadiu a mente incógnita.
Quando, mim deparei de frente,
Não muito diferente,do cão rabugento,
Na calçada de cimento,uma forma indescente!
Tinha o corpo dismiliguido,o estômago encolhido
E os pêlos que lhe cobriam todo o corpo
Davam-lhe a aparência de bicho.
Se retorcia sob o sol que lhe esquentavam as feridas,
Coçava-se e balançava-se,
Para espantar os piolhos que lhe infestavam.
Catava migalhas de comidas que dividia com ratos e baratas.
Dormia nas calçadas,de qualquer estrada,
Nas ruas,de qualquer cidades,
Nas cidades,por onde se via.
Esta forma indigente mim chamou a atenção!
Se não fosse um homem,moribundo no chão!!