Desafinando a Vida

Eu sou um aneurisma social

Esperando a sobra da ceia

Apodrecendo em filas indignas

Morrendo em dias inglórios

O ultraje invisível

O caminho da sarjeta

A engraxar seus sapatos

A lhe pedir uma gorjeta

Eu sou o que ousas não olhar

Aquele que abandonastes no escuro

A decadência obtusa

Sob o ângulo mais turvo

A incongruência latente

A morrer nas esquinas

O velório indigente

A vela que sem querer se apaga

Denis Glauber da Silva Reis
Enviado por Denis Glauber da Silva Reis em 18/11/2022
Reeditado em 18/11/2022
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