A FOME

A Fome, esse ser alienígena,

Vem montado num corcel negro

Causando esgares, esse estigma,

Traz-nos horror e mete medo!

A Fome, esse garfo bifurcado,

Tritura e faz ranger os dentes;

Corrompe as entranhas do corpo

E maltrata a alma da gente!

A fome é uma doença, é miséria!

Antes, dá vertigem, angústia, ânsia...

Logo, percorre moléculas e vísceras,

Depois dá raiva e até cãibras.

A fome nos causa espanto,

Tontura, moleza e fadiga;

Nos deixa molengas num canto,

Com efeito, eu que o diga!

A fome mora nos lares,

Nos lábios, nos rostos, nas feiras...

Está estampada nos olhares,

E procura um trocado na algibeira!

A fome não tem nome nem sexo,

Não tem partido, cor ou religião;

Não tem moral, e se manifesta

Na mais torpe da corrupção!

A fome não tem dignidade!

Não dá pra segurar Sua náusea.

Com fome se mata, se rouba...

E sabemos qual a sua Causa.

Francisco Ohannah Oleanna Osannah Galdino
Enviado por Francisco Ohannah Oleanna Osannah Galdino em 13/06/2023
Código do texto: T7812722
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