Usina

Seguro-me para não ser levado pelas águas

Do mar que nos estraga.

Ouço a água, sem acreditar em uma palavra.

Vejo o que a água fez e faz com minha lavra.

Essa água, essa égua, essa régua, essa praga

Paga a quem não deve e ferve na minha estrada.

Agitada a água leva o lavrador,

Deixando dele a carcaça que restou.

O lavrador que ficou não é o lavrador,

Por mais que consiga lavar a dor,

Não vai limpar a mente e ir em frente

Nessa usina que mói gente.