Exposição de Espinhos

Vou usar uma floricultura

Pra uma exposição de espinhos.

Vou morar na loucura

E passear no meu ninho.

De antemão peço perdão

A quem tocar o espinho.

É impossível pra mim

Andar por outro caminho.

Não posso ofertar flores,

Nem aromas, nem amores...

Vou expor minha morada.

Vou compor minha estrada

Apontando os cacos de vidro

Que ferem os meus sentidos.

Pouco passarei naqueles ninhos,

Onde não há sufoco nem tão pouco há espinho.

Será captado pela minha retina

Aquilo que desatina,

Os frutos da maldade expostos em cada esquina.