Amando me ponho a mando
Tenho exposto, aqui, nesta vitrine,
Rimando, a quem queira ouvir:
Voz que não brada, canta ou trine,
Usa o silêncio como arma de punir!
Sou assim, mudo, um tanto cruel,
De boca fechada não armo a rinha,
Engulo calado e só, o destilado fel,
Preservando o amor da minha rainha!
Reclama, brada e às vezes espezinha,
Devaneia, hirta, flexível, triste e jocosa,
E deixa patente o amor a quem esposa!
Manda e desmanda na sala e na cozinha,
Levo assim a vida, apaixonado e a_mando,
Última palavra? É minha!: eu te amo, Emilinha!