Apenas primeiro de Maio

Em brados abafados por um povo fadado

A combates perdidos e inimigos declarados

Vendemos nossos dados para acesso velado

A privilégios ainda que intoxicados

Por fornecerem referências com que o sistema

Em percentuais de compilados previnem o pecado

De opinião própria enquanto nos julgamos honrados

Em executar publicamente a mente daquele que defende

Que não depende de coleiras azuis ou vermelhas

Apenas existem dois destinos em toda a teia

Que de tal maneira cega nossos olhos com a chama que incendeia

A porta da rua que apontamos a familiares

Para quem mostramos para saírem por qualquer besteira

Antes de aquilo que odeia te faça com que sua mente peça

A cabeça de irmãos, pais, mães, comparsas

Desunidos como caças, caçadores, predadores e presas

Por um sistema que usa de nossa infelicidade

Seja por pobreza ou abstinência de cara metade

Para fornecer maneiras de anestesiar a verdade

Assassinamos nossos iguais tal quais covardes

E pulverizamos os vínculos que nos dariam força

Para que em uma corrente de insatisfação desfaça

Os grilhões dos inimigos que nos sugam corpo, mente e alma

Bostejando promessas e vendendo milagres

Lenços sangrados com versos sagrados

Das palavras santas do vulgar acusador

Inimigo astuto que com o flagelo da dor

Nos faz perecer de ódio e desamor

Com o calor

Do inferno ou da lasciva cor

Vermelha como sangue, ameaça, desgraça, desfaça

Os elos daqueles que nos separa

Dos meios de alcançarmos a plenitude de um povo unido

Um povo querido, um povo temido pelos parasitas

Que multifacetados nos assaltam e matam a quem resista

Se nossa voz unida se levantar

Iremos encontrar em nós mesmos comum lugar

Somos diferentes ainda assim unidos podemos ameaçar

Aos que roubam a nós os recursos de nos reencontrar

No punho fechado contra um sistema que nos policia

Nunca nos permitia usufruir do que é direito a nós

Recursos para uma vida sadia em uma guerra tardia

Sou fuzilado por minha consciência e meu julgamento

Mas meus olhos atentos fitam nosso inimigo em comum

Nos ofereceram amor, paz, igualdade e nos roubam

O bravio poder de sonhar em união

Em uma cidade, em um estado, uma nação

Um único povo forte contra quem nos rouba armado

Ou engravatado atrás de nomes e carteiradas

Iremos tolerar novamente nos separar

Do poder que queremos recuperar?

Recursos para saúde, decência, existência

Sem sofrer penitência em mãos de pregadores

Partidos ou investidores, policiais,

Cartéis, narcotráfico financiadores de ditaduras

Ainda que hajam nuvens escuras

Se nosso sangue escorrer pela rua em uma única batalha

E não em rivalidades pífias de assassinos de perfis

Seremos capazes de unir

Consciente, rebelde, sem medo

Expressando o valor de viver

Vivendo para alcançar a dignidade que nossa moeda não pode comprar

Psycho Vincent
Enviado por Psycho Vincent em 02/05/2024
Reeditado em 02/05/2024
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