Pedras

Pedras

E o grito veio de uma grande agonia,

Saiu sem que eu percebesse, na garganta da montanha.

E era diamante e era chibata na pele escura da escrava.

Pela estrada estreita vinham eles, pisavam cascalhos,

Embrenhavam mata a dentro e chegavam até a montanha.

Em meio ao tumulto da praça me vi na montanha

E a noite era densa, quente e calma...

Haviam ratos e aranhas, no leito da saudade entre as gretas

Da montanha buscavam total liberdade, procuravam tesouros

No chão e se escondiam só, à luz o lampião...

Nas sombras da noite homens marcham...silêncio total...

Ninguém ousava abrir portas ou janelas...lá fora botas batiam

Mas pedras...pedras choravam...triste o rio cantava e as águas

Eram de sangue...terror...patas de cavalos batiam nas pedras

E as patas de ferro e a ferros estavam Tomás e Dirceu...

Corisco galopava e sombras passavam...agonia...Tiradentes

Morria...

Marta Peres

Marta Peres
Enviado por Marta Peres em 19/01/2008
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