Pedras
Pedras
E o grito veio de uma grande agonia,
Saiu sem que eu percebesse, na garganta da montanha.
E era diamante e era chibata na pele escura da escrava.
Pela estrada estreita vinham eles, pisavam cascalhos,
Embrenhavam mata a dentro e chegavam até a montanha.
Em meio ao tumulto da praça me vi na montanha
E a noite era densa, quente e calma...
Haviam ratos e aranhas, no leito da saudade entre as gretas
Da montanha buscavam total liberdade, procuravam tesouros
No chão e se escondiam só, à luz o lampião...
Nas sombras da noite homens marcham...silêncio total...
Ninguém ousava abrir portas ou janelas...lá fora botas batiam
Mas pedras...pedras choravam...triste o rio cantava e as águas
Eram de sangue...terror...patas de cavalos batiam nas pedras
E as patas de ferro e a ferros estavam Tomás e Dirceu...
Corisco galopava e sombras passavam...agonia...Tiradentes
Morria...
Marta Peres