Alma vazia

Final de ano,

Nobres operários recebem o abono,

Recompensa por um ano de trabalho,

Mas, pelegrinando está um ser de estranhanha feição;

Nem entre os pobres

Nem sequer juntou salários

Nem os teve.

Pelegrino que espera uma alma,

Um caridoso coração.

Veste-se em retalhos,

Afoga-se em cachaça,

Paga por seus dias falhos( se não bem vividos)

Tem por leito o banco da praça.

Pobre alma de vazio coração...

QUEM É? QUE PROCURA?

Sem vida em desgraça caminha,

em estado de loucura.

Ainda há quem faz graça

De suas feridas sem curas,

MAS, O PASSADO NÃO É O FUTURO,

e assim, como o presente lhe é ausente,

O seu luzir amanhã pode estar escuro.