ESCRAVIDÃO

ESCRAVIDÃO

Desce o látego sobre ombros esqueléticos,

Sob o olhar aterrorizado da multidão,

Nem mesmo os clamores proféticos,

Podem implorar ou suplicar o perdão.

Rostos contraídos em expressão de agonia,

Cabeças curvadas sob o peso dos grilhões,

Ante o labor incessante do dia a dia,

Do restrito mundo mudo das multidões.

Toda voz que se levanta é sufocada,

Em nome da disciplina e da ordem,

Sempre, sempre a norma é invocada,

Para os descontentes que discordem.

Dura luta travam os trabalhadores,

De um lado a dura e eterna faina,

De outro a sanha doida dos opressores,

Mais ainda o labor que não se amaina.

Ainda que a morte tire e destrua,

Do caminho alguns dos opressores,

Sempre haverá quem os substitua,

Pois a vida é feita de imitadores.

JOSE BENEDETTI NETTO

jose benedetti netto
Enviado por jose benedetti netto em 24/02/2008
Código do texto: T873504