Jovem revolucionario

Jovem revolucionário

Só eu,

Um jovem revolucionário

Seu velho diário no bolso

Seu velho jeans rasgado

E pés descalço.

Escrevendo versos

Na praça do diário,

Entre mendigos, bêbados e prostitutas!

Olhando tanta gente besta

Gastando o pouco que resta

Estampando a burrice na testa.

E como um louco que sou

Vou perambulando, mulambo!

De beco em beco; de rua em rua;

De praça em praça.

Misturando-se a ralé!

Bebendo água de maré!

Banhando-se no Capibaribe

Olhando nas marquises dos prédios

Pessoas tristes e infelizes...

Enxugo-me com um jornal

Folha de Pernambuco:

Na página policial, mais estrupos;

Na parte esportiva, santa perde mais uma;

Na economia, Pernambuco esta fedido;

Na geral, estamos na merda;

Amasso tudo e jogo no lixo!!!

Atravesso a ponte

Vejo de longe o cinema são Luís

Mais adiante rua da imperatriz

Com lojas de lado a lado

E pessoas como baratas doidas

Procurando algo, que sastifaça seus ego.

Chego ao cinema do parque

Vejo que é tarde pra matiné.

Vou Andando , pela rua do hospício.

Será que têm loucos, por entre estes edifícios?

Ou será por causa da confraria do poeta

Pois, todo louco também é poeta.

Chego, enfim, ao parque treze de maio.

Assento num banco próximo do aviário

Escuto os gritos de socorro,

Dos macacos e aves!

E Tiro do bolso meu velho diário

Vomito estas palavras e adormeço!

Logo chega o vigia, acorda!

Hippie imundo e miserável!

poeta plebe
Enviado por poeta plebe em 02/03/2008
Reeditado em 07/03/2008
Código do texto: T884376