O EMPREGO
Vendi o meu riso
Já não sei sorrir.
Por um emprego,
Vendi minha espontaneidade!
Preciso calar o que grita o meu ego.
Preciso deter-me
Naquilo que poderia escorregar.
Minhas palavras soltas prejudicam-me.
Só porque pergunto ingenuidades,
Só porque procuro no dia-a-dia,
No cotidiano a certeza para as minhas dúvidas.
Idiotice!
Vendi os meus passos,
Mas, o meu intimo ninguém compra, duvido!
O que vai dentro de mim, só eu sei.
Não adianta caluniar-me,
Olhar-me atravessado, pouco ligo...
Eu sou o que sou,
Não aquilo que vocês querem que eu seja.
Que todo mundo seja.
Não sou um robô
Sou humana com ímpetos,
Desejos e tendências natas.
Para o diabo a idiotice de vocês!
Não adianta nada serem contra mim!
Não adianta!
Vocês compram o meu trabalho,
E não a minha pessoa,
Minha individualidade, minha intimidade,
O meu eu, quem compra?
Meus sentimentos quem poderá comprá-los?