QUANDO SE PERDOA

Não há poesia quando a alma desespera,

Quando o sorriso se esvai numa cratera...

Quando a dor é um pesadelo,

E o amor tem por ódio seu desvelo.

Não há poesia na dor que extrema tudo...

No porquê que indaga só e mudo

Em aflitas horas de tensão...

Nem há poesia no fel que alimenta

A ferida fatal rude e sangrenta

Das nossas ilusões.

Mas há poesia no perdão que ainda mudo

Silencia uma dor e apaga tudo

Em nosso coração.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 16/04/2008
Código do texto: T948910