A TRAJETÓRIA É REVOLUCIONAR*
A trajetória do negro brasileiro sempre foi de luta
Quando escravo, lutava nos engenhos, quilombos e ruas com muita labuta
Hoje, livre, mas ainda excluído pelo sistema
Também age em movimentos para não seguir sofrendo penas
Porém há um empecilho à sua ascensão social
O racismo interfere muito no panorama social
Neste país, um negro pobre sofre mais que um branco pobre
A maioria dos pobres, no Brasil, é de cor negra: os brancos detêm mais cobre
Além disso, há a violência psicológica
O preconceito é sempre reproduzido, e isto tem uma lógica
Alguns indivíduos negros, por se sentirem inferiores aos brancos
Causam revolta inconseqüente ou mostram passividade frente aos brancos
Não podemos entrar numa luta de cores, e sim numa luta de classes
Todos juntos, brancos e negros proletários, devemos resolver este impasse
Se os negros, em sua maioria, são pobres em nossa sociedade,
O racismo também serve para manter o capitalismo com tranqüilidade
E, para reforçar todo este quadro, negros “pelegos” entram no Estado burguês
Para que o negro trabalhador com eles se identifique e vire “freguês”
Felizmente os movimentos negros estão na luta contra o racismo
E é imprescindível não esquecer: ele é reproduzido e financiado pelo Capitalismo.
(David Alves Gomes – 18 de dezembro de 2007)
*Poesia publicada na Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus - Ano III pela Giz Editorial