CONFISSÕES DE UM "MEMINO DE RUA"

Nasci para paz

mas, na paz não consigo viver.

Eu sou humano como você,

porém, não tenho direito a vida,

apenas sobrevivo na vida à sofrer.

Nem sempre ando livre nas ruas

e tenho que guerrilhar para comer.

Você passa, me olha

e na realidade não me vê...

como você acha que eu vou

nestes caminhos de incertezas

sozinho sobreviver?

Será que sou infortúnio em forma de gente?

Porque será que com as suas migalhas

eu me vi tão contente?

Minhas roupas

são piores que o teu pano de chão.

Será por esse motivo

que eu não sou na minha Pátria, um cidadão?

Nunca fui a uma escola

nem sei o que é ter amigos.

Sinto-me, tão abandonado

no limite de tamanhos conflitos.

Ainda dizem que eu sou

a escória da humanidade.

Sem passado e sem história;

Sem direito a igualdade...

como poderei ser feliz

para executar minha firme finalidade?

Moro nas calçadas,

sem nenhuma proteção

Preciso de acolhimento,

não de sua discriminação.

Pois, nas noites sinto frio

e o medo aumenta a minha solidão.

Com o meu estômago vazio,

somente vejo uma solução,

que é guerrear pra não morrer

pela necessidade do pão.

Na maioria das vezes,

eu mesmo nem sei quem eu sou.

E até nas drogas,

tentei encontrar o meu valor.

Mais tudo o que conseguir

foram pesadelos, angústias, desespero e dor.

E quando eu esbarro sem querer em você,

pelas esquinas e calçadas da vida...

lanças teu ódio em minha direção.

Porém, tudo o que desejo

é ter segurança

e algumas sobras de tua atenção.

Se você não sabe

ouça o que vou te dizer:

Sou o produto do teu sistema,

mas não sou filho da imperfeição.

Se para você pareço um problema,

quem sabe podemos juntos

reverter o quadro dessa situação.

E acabar de uma vez com esse dilema

que somente amplia as paisagens da degradação.

Você me ampara e também me protege

além, de já ser teu verdadeiro

e tão rejeitado, irmão.

Nota do Autor: É nosso dever acolher os mais necessitados, Cristo está neles e um dia... seremos cobrados. Mateus 25:42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me. E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos. Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer.

Fim desta, Cristina Maria O. S. S. - Akeza.

25/04/2002.

Sou imensamente grata por esses caminhos de coração. Muito obrigada a você que me privilegiou com sua presença. Beijos no coração.

Akeza
Enviado por Akeza em 08/01/2006
Reeditado em 04/04/2012
Código do texto: T96028
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