Pés descalços

Sem famílias, sem amigos, sem referências,

Meninos de rua, meninos sem mimos,

Meninos sem nada.

Direitos negados, abandonados a própria sorte,

Só as drogas como companheira na madrugada fria,

Meninos pobres, almas nobres que choram no abandono da rua.

Escola da rua, escola do mal,

Pequenas criaturas de Deus, condenadas à exclusão social,

Por onde andarão os Anjos?

Serão eles Anjos do bem ou Anjos do mal?

Quero gritar por socorro, quero que o mundo me escute...

E os nossos direitos, hem, doutor?

Foi o senhor quem escreveu,

A nossa constituição é clara, ou o Senhor já se esqueceu.