Pobres

Somos milhões de crentes

No dia que vai amanhecer

Miseráveis, famintos e indigentes

Sem ter onde morar, nem o que comer

Marginalizados pela sociedade!

Execrados pelos donos da situação

Esquecidos pela humanidade!

Nas ruas, nas prisões, na escravidão!

Não temos o tão necessitado pão de cada dia

Ele nos foi roubado por quem não precisa

Pra alimentar a hipocrisia

Da massa indecisa

Mas um dia nos recuperaremos!

E ensinaremos a vocês o que é perdão

Vamos ter de volta tudo que perdemos

E repartiremos com vocês o nosso pão

Mas enquanto esse dia não chega

Sorrimos mesmo sem ter motivos

Pois apesar da nossa peleja

Nós estamos vivos!

Nós semos pobre e num tem estudo!

Mesmo assim criamos nossas crianças

Elas não têm nada, as suas tem tudo!

Mas apesar do pesar do nosso calvário temos esperança

Nós somos ignorantes e incultos

Não temos o que vocês têm

Mas não somos hipócritas nem corruptos

Não nos vendemos a ninguém

E ainda que nosso sol nasça na escuridão,

Temos algo que vocês não têm

Falta-nos o sustento e o pão!

Mas não negamos o pouco que temos a ninguém.

Antônio Drummond de Moraes

Antônio Drummond de Moraes
Enviado por Antônio Drummond de Moraes em 10/05/2008
Código do texto: T984347