Pobres
Somos milhões de crentes
No dia que vai amanhecer
Miseráveis, famintos e indigentes
Sem ter onde morar, nem o que comer
Marginalizados pela sociedade!
Execrados pelos donos da situação
Esquecidos pela humanidade!
Nas ruas, nas prisões, na escravidão!
Não temos o tão necessitado pão de cada dia
Ele nos foi roubado por quem não precisa
Pra alimentar a hipocrisia
Da massa indecisa
Mas um dia nos recuperaremos!
E ensinaremos a vocês o que é perdão
Vamos ter de volta tudo que perdemos
E repartiremos com vocês o nosso pão
Mas enquanto esse dia não chega
Sorrimos mesmo sem ter motivos
Pois apesar da nossa peleja
Nós estamos vivos!
Nós semos pobre e num tem estudo!
Mesmo assim criamos nossas crianças
Elas não têm nada, as suas tem tudo!
Mas apesar do pesar do nosso calvário temos esperança
Nós somos ignorantes e incultos
Não temos o que vocês têm
Mas não somos hipócritas nem corruptos
Não nos vendemos a ninguém
E ainda que nosso sol nasça na escuridão,
Temos algo que vocês não têm
Falta-nos o sustento e o pão!
Mas não negamos o pouco que temos a ninguém.
Antônio Drummond de Moraes