Navio Sombrio

Era uma tarde de mar agitado

Águas espelhadas

Águas espalhadas

Mar de imensa água marombada

Pálidas no fim da tarde

Pálidas pela luz amarelada

O vento não soprou

O mar não balançou

Vítimas eletrificadas

Dançando em meio ao oceano

Sem cuidar da sua retaguarda

O corpo partirá a outro plano

O roncar das hélices

No meio das nuvens perde-se

Esperança os distingue da realidade

Não aceitando a trajetória de vida e dignidade

Choro intenso de agonia

Expressão de angústia profunda

Mesclada com um medo interior

As roupas urinadas de apatia

Afundando sonhos de forma oriunda

Partirão para um plano exterior

Mundo nas costas de tempos e tempos

Era a despedida no meio do vento

A visão flutuante da canoa

Um barulho de morte soa

O farol lamentando o ocorrido

O motor parava de funcionar em perigo

Mar aberto e as suas correntes prendendo

Não adiantará mais orações correndo

Viverá na vida eterna presa neste navio

Encalhado em noite de lua cheia neste paraíso sombrio

Helládio Holanda
Enviado por Helládio Holanda em 07/09/2014
Código do texto: T4952596
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