''Túmulo''

''TÚMULO''

Assentei-me no velho banco

Eram tempos gélidos

Congelavam os ossos

O instante do sossego traiçoeiro

O vento brando a invadir as narinas

Um leve sabor colossal

A grama rasteira martelava as têmporas

Em breves desvios silenciosos

Lírios íntimos,isolados

Deparar-me com o túmulo

O túmulo!

Apreensivo,meu estado mental

A lápide suntuosa

Na qual jaz a matéria

de algum amante

Antes proferiu o crisântemo

Contudo beija os vermes

Olhar caótico

Visão desastrosa

Penúria da necrose

Estertor desta carne

As tristes palavras do epitáfio

Inscrito em tal jazigo

Estupraram as lágrimas presas

Meu rosto exausto

As rugas habitantes de meu peito

Tilintaram no ventre

sendo expulsas deste útero

Um minucioso instante

Solidão e angústia

Confraternizavam

O derradeiro suspiro

Tépido e findo

Sentado no banco

Da formosa necrópole

A observar o jazigo

Morrer nos tempos gélidos

Conservando o sossego traiçoeiro

By Morphine Epiphany

(Cristiane V. de Farias)

Morphine Epiphany
Enviado por Morphine Epiphany em 21/01/2015
Código do texto: T5108822
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.