Diario Vermelho

Meu coração não é o mesmo de antes

Está vazio dos sonhos infantes

A revelação desmistificou a magia

Que agora é uma lendária nostalgia

Meu amor romântico e inocente

Afogou-se na luxúria desse mar de gente

Rio de anelos num foz lasso

Desejo me acompanhando a cada passo

Do meu coração, profundos segredos,

Resgatou dos ominosos degredos

Oh misterioso diário vermelho!

Na suas páginas minh’alma faz espelho

Refletindo minha inveja latente

Descrita da desvirtude da mente

Minhas hipocrisias você vomita e golfa

Denunciando minha ética enantiomorfa

Olho e vejo um profundo abismo

Tanto me surpreendo quanto cismo

Estranho escrito em você foi gravado

Revelando em mim o obscuro alado

Um anjo com a taça da ira

Que para etérea guerra partira

Um querubim de espírito vesano

Abismando e enlouquecendo a cada ano...

Entre as rubras letras ouço gritos

Ecos dos mais vetustos mitos

Almas no mais feral tormento

Espíritos que hoje são meu alimento

Filipe Magalhães
Enviado por Filipe Magalhães em 31/01/2015
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