Diario Vermelho
Meu coração não é o mesmo de antes
Está vazio dos sonhos infantes
A revelação desmistificou a magia
Que agora é uma lendária nostalgia
Meu amor romântico e inocente
Afogou-se na luxúria desse mar de gente
Rio de anelos num foz lasso
Desejo me acompanhando a cada passo
Do meu coração, profundos segredos,
Resgatou dos ominosos degredos
Oh misterioso diário vermelho!
Na suas páginas minh’alma faz espelho
Refletindo minha inveja latente
Descrita da desvirtude da mente
Minhas hipocrisias você vomita e golfa
Denunciando minha ética enantiomorfa
Olho e vejo um profundo abismo
Tanto me surpreendo quanto cismo
Estranho escrito em você foi gravado
Revelando em mim o obscuro alado
Um anjo com a taça da ira
Que para etérea guerra partira
Um querubim de espírito vesano
Abismando e enlouquecendo a cada ano...
Entre as rubras letras ouço gritos
Ecos dos mais vetustos mitos
Almas no mais feral tormento
Espíritos que hoje são meu alimento