Naufrágio

"A névoa subia gélida,

Acompanhada pelo cheiro de enxofre.

Anunciando a chuva, o silêncio partia de toda e qualquer criatura.

Ao fundo a canção melancólica, convidava os caminhantes noturnos.

Abandonados a própria sorte ou guerreiros inabaláveis.

Seu coração palpitava, bombeando - lhe o sangue.

Enquanto o frio cortante endurecia seus labios.

Mas isso não lhe importava.

O olhar...

Ele ainda estava preso dentro de si.

O olhar cadenciado e hipnótico a fazia prisioneira.

Prisioneira essa que ansiava por seu retorno.

Buscava teu doce aroma e clamava por tua distante voz.

Ele não mais voltaria, mas ela insistia em procurar.

O que era pior: o silêncio ou o abandono?

Ela revolveu a terra e afogou - se em dor.

Mas a lembrança latente e a imagem vívida não deixavam de assombra - lá...

Ela era um ser apaixonado e doente.

Cortanto a própria vida pela metade.

Anulando a própria alma em devaneios ocos.

A sombra a perseguia, tentando demovê - lá.

- Esqueça! - pedia o sussuro da noite.

Ela já não podia ouvir...

Um novo barco, vinha cortando o mar, e nesse instante a esperança era renovada.

O som tristonho acompanhava tua senhora.

Sempre parada, sempre perdida.

O tempo congelou - se,

O barco nunca chegou.

A esperança fôra assassinada e com ela a doce senhora deitou - se nos braços daquela que jamais a deixaria voltar.

O doce sonho partirá e com ele uma nova alma ressurgia.

O barco... Ele cortava o mar..."

L Orleander
Enviado por L Orleander em 14/06/2015
Código do texto: T5277456
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