Sextilhas na Escuridão

Nos intestinos apodrecidos da terra

a paliatividade da insalubre bondade

entre o clister de alienação exordial

sê metáfora que faz almas em guerra

forjada pela pestilência e a fealdade

eterna, sob a ótica cínica e imemorial.

As falácias se multiplicam no escuro

na sobrevivência de intensa diadexia

na manipulação da dialética diabólica

utilizando o medo para domar o futuro

uma educação alimentada de carestia

um parto que pede medicina ecbólica.

Diante da mitomania niilista do vazio

a cólica lúgubre que turva-lhe a alma

em possessões tirânicas de desespero

a pureza telúrica morta pelo ser vadio

donde o espírito conta o riso e a palma:

Abraço lúdico da raiz do ser morbígero.

Sinto-me como parte física do infinito

um esplendor indecoroso de realidade

na ausência da incólume indiferença

ainda que fragmento do saber erudito

sou duma incerteza e de volatividade

na insistente ciência de vil descrença.

Estou escondido neste abrigo surreal

sou lépido, consistente e irreverente

na diacronia de quem não quer nada

como se fosse factível o som abissal

da intermitência no além do diferente

mastigando a fé até a última camada.

No final das contas: sou feito e refeito

pronto pra ser idealizado e cristalizado

em feéricas reações de excentricidade.

Não há perfeito, nem se quer desfeito

sem jeito, o humano é visado e usado

diagnosticado escravo pela eternidade.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 04/05/2016
Código do texto: T5625545
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