TANTO FAZ
Nada demais
Matar e morrer
São coisa banais
Só vejo indiferença
Nas notícias sangrentas
Das páginas dos jornais
Nada mais
Do que uma bala perdida
Nada demais
Só mais um corpo sem vida
Poderia ser o meu...
Mas antes ele do que eu!
Vai-se os anos
E nada muda
Esvai-se os planos
Permanece a ferida
É tudo tão normal
Que nem parece real!
Mas não é comigo, não ligo
Mudo de canal, tudo some
Como um jogo sem nome
E sem botão de salvar
Vejo meu rosto no espelho
Nem uma lágrima a rolar
O que restou desse coração
Hoje senta no sofá
Liga a TV e engorda
Engolindo, vidrado, o jantar
Tanto faz, aliás...
Nada mais a declarar!