O CEIFEIRO
Na boca da noite
vagava a morte
esvoaçando o capote
reluzindo a foice
Sua face descorada
pelas alâmedas solitárias
em busca das almas
pela vida repudiadas
Ante o cruzeiro
assoviou o ceifeiro
levantou do cemitério
o cavalo da morte
Montou o espectro
no corcel negro
praticar seu ofício
nas jaulas do hospício
O espírito errante
lá no horizonte
levantou a foice pro céu
num sinal de adeus
pro hades desceu
Soprou um vento de solidão
varreu as cinzas do chão
as marcas da ferradura
da infernal criatura
E veio a chuva
chorar nas sepulturas
regar as flores das tumbas
lá na calunga