O CEIFEIRO

Na boca da noite

vagava a morte

esvoaçando o capote

reluzindo a foice

Sua face descorada

pelas alâmedas solitárias

em busca das almas

pela vida repudiadas

Ante o cruzeiro

assoviou o ceifeiro

levantou do cemitério

o cavalo da morte

Montou o espectro

no corcel negro

praticar seu ofício

nas jaulas do hospício

O espírito errante

lá no horizonte

levantou a foice pro céu

num sinal de adeus

pro hades desceu

Soprou um vento de solidão

varreu as cinzas do chão

as marcas da ferradura

da infernal criatura

E veio a chuva

chorar nas sepulturas

regar as flores das tumbas

lá na calunga

NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 15/04/2019
Código do texto: T6623723
Classificação de conteúdo: seguro