O MORCEGO
Toda noite,a meia lua
essa sombra se insinua
sobre o leito flutua
o vulto da malgúria
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Se pendura no teto
me faz irrequieto
me tira o sossego
esse negro morcego
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em silencio me estarra
como pendulo se embala
o ser do mal
grudado no lugar
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Vai-te morcego
me torno cego
te refugo, renego
não te tenho apego
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Sei que te apraz
me minguar a paz
me ver definhar
nas trevas penar
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Meu coraçäo caleijado
bateu aleijado
a esfinge misteriosa
me envolveu com suas asas
era a morte que assombrava
esse morcego na minha casa
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