A enigmática dança das Sombras

Deitado em meu jazer

Pelo quarto penumbroso

Ouço sussurros oriundos

De meu cárcere assombroso

Noto os vultos bailando

Numa dança ímpia e nefanda

Ornadas em suas mortalhas

Sorvendo almas e cantarolando

Donzelas lutuosas do abismo

Deleitam-se em todo meu ser

Olhares penetrantes e famintos

Numes cadavéricos a apetecer

Em seu baile tenebral aturdido

Aos passos infernais sucumbidos

Almejos deveras ebriáticos

E cânticos quiçá ternurentos

A dança inefável e taciturna

Desenha figuras espectrais

No escuro de mi´alma penumbra

Aos sonidos plácidos sepulcrais

Num toque de acordes tenebrosos

O lume de meu espírito crepita

Retumba os violinos chorosos

Tal qual uma anestésica morfina

Tiago Tzepesch
Enviado por Tiago Tzepesch em 10/02/2022
Código do texto: T7449167
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