Minha alma sangra, perdida neste mundo sombrio,
cada suspiro é um grito, cada olhar, um partir.
As sombras que dançam, tecem sonhos de agonia,
onde a esperança é um espectro, uma memória distante.
Entre tumbas esquecidas, onde os mortos repousam,
rosas negras florescem, seus espinhos ferem,
marcando meu corpo, meu coração deserto.
Minha alma, prisioneira das correntes,
de histórias mentirosas e amores condenados,
busca liberdade em sussurros que ecoam no vazio.
A lua, companhia fria, meu pranto observa,
e a noite me abraça, com seu véu de dores,
rasgando meu peito, expondo todas as chagas.
Minha melodia triste é um tormento sem fim,
meu sangue agora é tinta, a dor virou a lei. 
E neste eterno lamento, meu poema será lembrança 
de tudo que nesta vida um dia amei.
(Cida Vieira)