Grito da vida, grito de amor

Menino que corre pelas ruelas perdidas das favelas da vida

surta ao surdo barulho dos ventos, dos fogos, dos festins

faz bagunça não como criança

joga não o jogo da bola, mas o jogo da vida

brinca, não com o carrinho

mas com sua vida

não sonha, porque

não dorme

aniquila com os sonhos dos pais

que perdidos pelas vielas de seus corações

tentam encontrar nos olhos do filho

a inocência perdida

Mundo cão, desigual e cruel

que dita a lei do mais fraco e encobre a sujeira dos mais fortes

deixando a mostra a dor e a desolação

de um mundo cão

Onde nossas crianças não se tornam idosos

morrem em tenra idade

brincando tão somente

de mocinho e ladrão

dor latente no peito da criança

que sangra, não a dor do amor

mas por uma bala perdida ou pelo

desassossego de um sem futuro

Lamento de amor, lamento do pai

grito da paz que lamenta o filho do mundo

que morre ensanguentado num capitalismo cruel

que segue deixando rastros de dores e desamores

Por favor me façam chorar

pois lágrimas não saem mais de meus olhos

a indignação é tamanha

quero ressurreição do amor e da paz perdida pelas esquinas da vida

Rosane Silveira

ROSANE SILVEIRA
Enviado por ROSANE SILVEIRA em 01/08/2008
Reeditado em 01/08/2008
Código do texto: T1108647
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