PALMEIRAS, POEMA DA SAUDADE

PALMEIRAS QUERIDA FLOR DO MATOGROSSO

TERRA DOS BURITIS, ARARAS E LINDOS TUCANOS

SAUDADE QUE ME CAUSA TAMANHO ALVOROÇO

DO BELO CANTO QUE ENTOOU AO LONGO DOS ANOS

QUEM SE LEMBRA DA SAUDOSA D. JULIA?

EM MEADO DOS INQUIETOS ANOS TRINTA

COM SUA BALSA NA ÁGUA SOLTANDO FAGULHA

LÁ SE IA RIO AQUIDAUANA ABAIXO

DISTANCIANDO A VELHA PONTE DE MADEIRA

CASA CÁ CASA ACOLÁ BEM LÁ EM BAIXO

AVISTAVA O VELHINHO NA CADEIRA

QUANTA HISTÓRIA TIVESSE PRA CONTAR

NAQUELES BRANCOS FIOS DE BARBA E CABELO

DAS MUITAS COISAS QUE ELE VIA ALI PASSAR

O PROGRESSO VEIO ELE NÃO VIU

UMA NOVA PONTE DE CONCRETO APARECEU

A VELHA PONTE DE MADEIRA JÁ SUMIU

A PEQUENINA CIDADE UM POUCO JÁ CRESCEU

É! O PROGRESSO DEVAGAR ESTÁ CHEGANDO

SEI QUE É BOM! MAS A SAUDADE FAZ DOER

AS VELHAS COISAS PARA TRÁS ESTÃO FICANDO

E O VELHO TREM DA NOROESTE JÁ NÃO VAGUEIA

CARREGADO DE UTENSÍLIO COMERCIAL

MUITO TURISTA É QUE AGORA NELE PASSEIA

E É CHAMADO DE “TREM DO PANTANAL”

ATÉ A VELHA ANTA QUE SUMIU E VIROU LENDA

A HISTÓRIA SE ESPARRAMOU POR TODO LADO

NÃO HÁ TURISTA QUE AQUI PASSSE NÃO APRENDA

NAS LINHAS DESSE POEMA FICA A LEMBRANÇA

NO VAI E VEM DO VAGÃO NA ESTRADA DE FERRO

DO NOSSO ENFADADO TEMPO DE CRIANÇA

DA VOZ DE MAMÃE ME CHAMANDO COM UM BERRO

CUIDADO MENINO! VEM EMBORA PARA CASA

O PESO DESSA FERRAGEM É ENORME

DEIXA CÃO SEM RABO, PASSARINHO SEM ASA

AH! MAMÃE SE VOCÊ SOUBESSE

RECORDAÇÕES QUE TRAGO NA ALMA

DE TANTA SAUDADE MEU PEITO PADECE

LEMBRANÇA PROFUNDA QUE ME TIRA A CALMA

O QUE OS MEUS OLHOS INDA VERÃO?

SURPRESA FUTURA ME CHEGA A IDADE

ORGULHAR-ME EM TI PEQUENA CIDADE

LINDA PALMEIRAS DO MEU RINCÃO