Carta ao governante
Ó majestade,
Se quiseres a nós
simples provincianos,
Humilhar, devo-lhe avisar,
Não estamos no tempo no qual
Os pobres não tinham a possibilidade
De alegria,
Não estamos no tempo da monarquia.
Vossa Senhoria
Porque queres nos oprimir?
Nós somos o povo,
Que a te confiamos
O poder de exibir,
E ter nossas vidas em tuas mãos.
Agora tu me trai,
Agora tenho o arrependimento
De ter lhe dado o poder
E agora viver,
Nesta condição de cão;
Sem paz,
E sem ter uma vida digna
A um ser humano.
Sinto meu sangue ferver,
Sinto meu coração doer
Ao saber que não sou conhecido,
Ao saber que sou apenas um dos traídos
Em meio a tantos,
Que vós não soube tratar ou amar.