A Patria
Hoje pode ser a penas pasto,
mas já foi mata do caru,
lá onde deixei meu pequeno rastro
de conga azul.
Ao estrondo do tambô de couro
os pássaros se agitavam na mata escura.
E eu, pequeno patriota, feliz e orgulhos
marchava em plena abertura
Iamos todos, saltando riachos,
seguindo a bandeira.
Eu no pilotão da escola,
meu pai de meião e chuteira
no pilotão da bola.
Outros sete de setembro passaram
alguns marchei de tênes,
nunca de chinelo
e sempre com ardente paixão
pelo parvilhão verde amarelo.
Mas hoje, irado poeta,
com uma alma violenta, inquieta,
quero a todo e a cada momento
soltar o meu verbo no vento.
Vou dizer aos quatro cantos
com todo o meu desencanto
que não irei mais a praça
fazer parte da faça,
da vivas a Brasil.
Não quero mais fazer pouco caso
do nosso esplicito descaso
ainda vivo e dois mil
não vou mais tanger nossa esperança
que sepre sera criança
em desfile estudantil.
Não vou mais aplaudir
nenhum palanque oficial
onde hienas arreganham os dentes
com discursos redicentes
sobre a merda nacional
Fodam-se os ufanistas
da patria armada, mãe ortil!
Sei que meus versos marginas
cairam sagrando num terreno baldio