"Nação sem Esperança"

Sangra vinho

No centro do mundo,

Sangra nos olhos da pátria

A bandeira que um dia

A bravura pintou com cores,

Um Brasil varonil.

O verde que semeava a esperança,

Perde-se para a cor da morte,

O amarelo da fortuna,

Escorre como o coração do povo,

Em eterno sofrimento,

A formosa ordem, cria tumulto __

Perde-se no tempo o progresso.

“transparecem sentidos,

no mundo que não se vê”.

Invisíveis lâminas de arrogância

Cruzam horizontes,

Acaba os batimentos, inconsciência.

O ventilador do mundo

Espana sabedoria sobre

Pedras sem raciocínio,

Como pessoas que não falam,

Somente existem__

Divido continentes,

Laço rios com margens,

Ironizo o mundo perdido.

“A ilusão do mundo,

Mantém a esperança viva

E adormece a dor do povo”

O solavanco da terra

Agita as misturas de raças__

Flutuo no vácuo da ignorância.

O racismo, preconceito,

São opiniões sentidas

Na profundeza da carne,

Na decisão da lágrima...

A sabedoria da alma,

Cicatriza a agonia,

Amarguras de indiferenças.

“Um mundo que não é feliz,

Se perde para a carne crua,

Da solidão”

Banho-me no pacífico,

Pacifismo paleado,

Contraio vagas idéias,

Procrio sentimentos de cor,

Quebro barreiras flamantes

Da humildade__

Queima a brasa da incompreensão.

“Um mundo que chora”,

Apodrece o coração da nação

Peço em lágrimas integridade

aos filhos do mundo,

Coagulam em minhas veias

O choro da humanidade.

Crava flechas no peito

Da pátria mãe gentil,

Ó insolente julgamento.

Sem notas

Canto o hino nacional,

Dor em meu corpo,

Sangue injusto derramo.

“Medalhas de um mundo sem paz,

Apedreja a ordem, feridas em um progresso”

Mancho com gotas de dor

A bandeira que o vento balança,

Sacode a infelicidade que

Arde nos olhos do povo,

Morro eu a esperança,

A essência da vida,

Que grita do útero do mundo:

Morte sem independência.