O dinheirinho acima a Polícia Federal pegou de uma turma do PT, em um hotel em São Paulo

DANEM-SE!


Numa casa em rua sem nome,
D’uma favela à beira da vida,
Sem água, sem luz, sem nada,
O Joãozinho passa fome,
O pai desempregado, doente,
A mãe doméstica, diarista,
Retrato d’um Brasil triste.

Enquanto isso os políticos,
Acrílicos, mefíticos, sutis
Reunem-se, tramam, urdem,
Planos, conchavos, gentis,
Roubar, mentir à nação,
Humilham, abate o coração
E dizem aos Joãozinhos: Danem-se.

Na sarjeta, como dejetos,
Vivem pedaços de gente,
São farrapos, objetos,
Escravos dos vícios,
Mariazinhas vendem-se,
De amor n’alma, carentes,
São sobejos dos Brasis.

Enquanto isso os políticos
Escorregadiços, roliços,
Com salários, verbas, extras,
Escritórios, assessores,
Gozam de muitas benesses,
Acham pouco e corrompem-se,
E dizem às Mariazinhas: Danem-se.

Nos hospitais, asilos, creches,
Paisagens cruas patéticas,
De Zezinhos aidéticos,
Velhos e crianças ao relento,
Corredores cheios de doentes,
Faltam remédios, filas cruéis
Um Brasil que pede ajuda aos céus.

Enquanto isso os políticos,
Simpáticos, dramáticos,
Oferecem pão e circo, ao povo
Micaretas, picaretas,
PTcaju, festa até o ano novo,
Com verbas públicas festejam
E dizem aos Zezinhos: Danem-se.

Pedro, Tiago e João e muitos outros
Trabalham de dia, estudam à noite,
Ralam, dão o sangue, persistem,
Tem sonhos, metas a alcançar,
Salário minguante, suor crescente,
Querem, à família, ser úteis, ter um lar
A garra, a fé, cada dia reanima.

Enquanto isso entidades representativas
Do trabalhador e dos estudantes
Recebem dinheiro do governo,
Aplaudem políticas insignificantes
Cruzam os braços, ameaçadores,
E dizem aos Pedros e Tiagos: Danem-se.

Políticos e líderes corruptos
Querem para si todo o bolo,
Passam por cima da dignidade,
Ultrajam o nome, a alma e embalam
O descaso, a ganância, o egoísmo,
Sugam a saúde, a vida, a estima.
Com cinismo dizem à nação: Danem-se

Acorde povo, quebre os grilhões,
É a vingança, a hora da desforra,
É linda mulher, nos cabelos uma rosa,
Vem montando cavalo branco.
De quatro em quatro anos nas eleições,
Vamos bradar, gritar aos quatro cantos:
---Danem-se, danem-se os políticos corruptos.

Autor: Muniz de Albuquerque