ALÉM DA ESCURIDÃO: O ANO DO GRITO

Havia uma voz no escuro; no escuro sempre existiu

voz. Havia tom verde na escuridão; sempre existiu

um tom de voz de esperança gritando na imensidão.

Da 84º a 13º estação, era tempo demais para se manter

no silêncio ecoante da multidão, era tempo demais

para permanecer trancado, fechado as nossas próprias

indignações, cravada no peito do eterno silêncio dos bons.

Por tempos o eco propagou-se no vácuo das mentes sãs.

Por tempos, o tempo dobrou-se sobre si, corrompeu-se a

desvendar, a querer acreditar que o grito um dia podia

ecoar além da escuridão.

Mas como sopro da primavera eis que houve o grito, e

assim como todos os outros tons originou-se sob o chão

e propagou-se pela imensidão como água sob a plantação

capaz de lavar o passado e promover uma nova criação,

uma nova forma de ver além da escuridão, acima do silêncio

dos bons...

E foi assim que na 13º estação houve mais um tempo,

todavia no qual o tempo jamais poderá esquecer, o vento

jamais poderá se curvar, nem o povo jamais se calar.

Houve um tempo em que a história escreveu um povo, e o

povo escreveu história, com H maiúsculo; história de um

povo que por anos se manteve esquecido em seus próprios

recintos, lamentavelmente acomodados, mas que na 13º

estação juntaram-se ao gritos dos isolados para enfrentar

o covil dos leões, dos dragões difamantes, difamados pelo

seu próprio tom de podridão.

Eu escrevi história, nós escrevemos O ANO DO GRITO quando

a voz se fez maior que a escuridão.

Que 2014 também possamos ser maiores e que possamos

ir ALÉM DA ESCURIDÃO...

Arthur Luz
Enviado por Arthur Luz em 02/01/2014
Código do texto: T4634358
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