A SERRA DE BARRA DO GARÇAS




Ò serra azul à distância, encanto da juventude,
E que nas noites sem lua me trazia inquietude.
É que de longe eu ouvia da onça o urro forte
E papai para acalmar-me,a ameaçava de morte.

Logo, logo eu descobri que o papai fantasiava
Criando um mundo lindo, no qual eu me deleitava.
Serra Azul eu fui embora, mas de ti sempre lembrei,
Passaram-se tantas luas, mas agora retornei.

Hoje eu te fotografo deste lado do pontal,
Vejo-te menor agora, será que isto é normal?
Quando a gente é criança tudo é alto e diferente,
Será que eu cresci tanto, ou és menos imponente?

A minha irmã levou-me, de carro ao teu sopé,
Fiquei muito admirada por que vi como que é,
A tua roupagem verde que encobre o teu corpo
E teu pudor de mulher.

Ò serra linda e querida, quando tu olhas pra cá,
Vendo o rio Araguaia com suas águas passar
E as águas do rio Garças com elas se misturar,
Tu deves sorrir contente de estar onde estás.

Pena que também vês a grande degradação
Das margens e dos seus leitos, gerando preocupação.
E por falar nos dois rios que estão passando ali,
Sabia que até os botos estão fugindo daqui?

Mande a água das tuas fontes pra tudo despoluir,
Pra acabar com a sujeira que estou vendo daqui.
Ò serra da minha infância cuida desta minha terra,
Faço este pedido a ti, ò esplendorosa Serra.

Julho de 2005

(Da série de poemas dedicados a Barra do Garças, Xavantina, Tesouro e ao estado de Mato Grosso em geral. Pela proximidade, também a Aragarças-Goiás)

www.usinadeletras.com.br/

(Hull de La Fuente 
Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 24/06/2007
Reeditado em 05/10/2012
Código do texto: T539006
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