Gritos de uma mente decepada

Queria ser tão grande quanto uma moeda

E derreter menos que um sorvete

Ter um navio para cruzar copo cheio

Esquecer a nacionalidade do meu companheiro

Todo dia enxugar a mesma velha lágrima

Porque os versos que ecoam não rimam

E se confundem com tanto grito que vem da baixada

Como posso gritar tendo tão pouca voz?

A garganta já dói e o mel anda caro

Açúcar na veia e lança perfume pro alto

Maconha na mente e pó de arroz na bochecha

O falso branco escondendo a cor dos nativos

Choro dormindo esperando o milagre cair do céu

Mas junto a ele veio a chuva derreter o papel

Queima de arquivos, queima de ônibus e o mausoléu

Não dá mais pra ser patriota, a culpa é do povo que idolatra outro idiota

Sobrevivo de pressões

Quando aquele outro lado aponta outra falha

Honestamente queria ser perfeito

Mas acho que essa condição me daria um tiro na cara

Manchas atemporais

Ninguém se importa jamais

Malditos os tais capataz

Que amassam meus versos

Acho que não quero escrever mais…

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 19/02/2024
Código do texto: T8002687
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