Ah! Minha terra!...

“Minha terra tem palmeiras, onde cantam os sabiás,

as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”

ih! Esqueci qual poeta, que escreveu este encanto,

mas não faz mal, coitado se pudesse voltar algum dia!...

Não existirá nem palmeiras nem os majestosos sabiás,

Enumerando vai, nem canarinho, beija-flor, bem-te-vi,

a devastação catastrófica do nosso verde é demais,

e as nascentes de águas cristalinas, aterradas dia-a-dia?

Aquelas grandes cascatas de águas límpidas de encher os olhos

aparecendo só pedregulho, folhas secas completamente feias,

aves sobreviventes já sem seus encantos pulando nos galhos ressequidos,

Ah! Poeta, em vez da exaltação, farás só lamentação na sua solidão!...

Solidão sempre sentirão os poetas do presente e os do futuro também,

porque o apelo para não maltratar a natureza não surte o efeito desejado,

as leis de defesa se perdem com os poderes da ganância do desmatar,

a vida exuberante nas florestas vão se perdendo, sim, vão morrendo!

Como não sentir calafrios e compaixão, quando o fogo das queimadas

faz fugir em desespero imensidão de animais dos seus habitat preferidos,

o fogo consumindo árvores imensas, centenárias, milenares,

depois a devastação incontrolável dos comerciantes incessíveis?

Tristeza, muita tristeza se tivermos que dizer:

Minha terra, que teve florestas, consideradas as mais belas,

rios majestosos secaram, pois suas nascentes foram destruídas,

animais, já não existem mais, pois dos seus lugares foram balidos.

Existiam os primeiros habitantes, povos guerreiros, belos e altaneiros,

viviam da caça e pesca, e também usufruíam a boa terra, na plantação,

nas florestas foram caçados, presos, acuados e também assassinados,

de todas essas belezas e riquezas, na minha terra já não existem mais!...