Coisas do meu sertão

Lá vem o sol do meu sertão

O homem faz tempo que “ta na roça”

Ele capina e o campina canta,

Ele assobia e a graúna responde.

Coisas do meu sertão.

A caça tão pura, o peixe tão farto.

Quando chove então a festa se completa

Com a passarada refletindo gratidão

Cantando com harmonia

As Coisas do meu sertão.

O fogão de lenha na cozinha,

O curral, a criação, as aguidás

O moinho, o milho verde na fogueira...

Nas noites de São João.

Ai que saudade gostosa

Das coisas do meu sertão.

A cheia impiedosa, a seca também castiga.

Quando o gado vê a morte

O homem tenta toda sorte

Com o rosário na mão

Pedindo a Deus melhores dias...

São coisas do meu sertão.

A festa religiosa, os amigos,

A fé mostrada, a procissão...

Também existe contraste

Lá no meu sertão.

Uma família em “pé de guerra”

Por um pedaço de chão.

Um enterro no fim do dia

Isso eu não queria

Como coisas do meu sertão.