HISTÓRIA DE CANOAS E PEIXES
Como quem escreve na areia
rabisco palavras nas àguas do rio
Tudo ali era sacro
Na paisagem de canoas e peixes
De noite deitava-me em cama de varas
Em travesseiros de paina
O escuro do mundo
Vinha de fantasmas e mulas sem cabeças
Vinha nas histórias
Contadas pelas avós na hora de dormir
Memória que assalta e que por um instante
Ilumina o tempo distante
A infância distante
E nunca esquecida
Como as gotas das primeiras chuvas de verão