O NATAL DA MINHA ALDEIA
Minha avó fazia presépio com malacacheta
Galhos de palma enfeitados de algodão
E vaquinhas de barro
No centro uma manjedoura
Com o jesuscristinho
Entre palhas de milho
Perus eram sangrados nos quintais
Com faca de corte
E cachaça de barril
Havia a missa do galo à meia noite
Luzes e fogos de artifício nas portas das igrejas
Sinos rezas cantigas de natal
Havia ainda
Um contrito sentimento de fé
No coração daquele povo sofrido
Mas naquela noite
E tão somente naquela noite
Dormiam felizes