SONETO RETIRANTE (soneto)

Um rio aqui corria para o mar... Secou...

Sertão iria virar mar... O chão rachou...

Sonho da plantação se estorricou...

Carcará morto de fome se desesperou...

Verminose não teve dó rebento levou...

Açude danado de barrento se evaporou...

Olhei pro alto, nuvem não se escancarou...

Orei pro céu... Padim não me escutou...

Quem pariu tanta desgraça? Diga por favor...

Se é castigo, é exagerado, meu senhor...

Acho que já tomei todo meu cálice de dor

Esperança bem que eu tinha... Ela se cansou...

Arrumei minhas coisinhas... Caminhão chegou...

Me dá um espacinho... Eu também me vou...

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 18/01/2009
Reeditado em 19/01/2009
Código do texto: T1391280
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